Pela memória, verdade e justiça

 O trabalho de apuração da ditadura brasileira pela sociedade civil no exemplo do Estado de Pernambuco

Em dezembro de 2014, com a entrega do Relatório Final da Comissão Nacional da Verdade, o Governo Brasileiro assumiu pela primeira vez ampla responsabilidade pelas enormes violações dos direitos humanos que aconteceram durante a ditadura militar (1964—1985). Antes disso, a sociedade civil era quem principalmente trabalhava na apuração histórica e no trabalho de memória e se empenhava na execução jurídica dos responsáveis. Por isso, a admissão oficial da verdade é um passo importante, e já há muito esperado, para o Brasil.

No entanto, a longa lista de recomendações de medidas governamentais necessárias para a apuração da verdade e democratização e a frustração e a impotência da Comissão frente ao sigilo dos arquivos militares mostram que talvez esse processo esteja apenas começando. O trabalho da opinião pública hoje é mais importante que nunca, não apenas para transformar as descobertas do relatório em oportunidades genuínas, mas também para nos lembrarmos das questões em aberto e lutar para que a verdade não continue sendo mais uma garantia para os criminosos.

“É fácil dizer que devemos esquecer tudo em nome da conciliação nacional, enquanto existem tantas famílias que buscam seus filhos sem saber se estão vivos ou onde estão, se estão mortos e em quais cemitérios foram enterrados. Não queremos vingança, mas sim justiça.” Rosalina Santa Cruz, cujo irmão, Fernando, foi preso em 1974 e desde então está “desaparecido”.

National Truth Commission hands over final report to President Dilma Rousseff

National Truth Commission hands over final report to President Dilma Rousseff

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Für Erinnerung, Wahrheit und Gerechtigkeit

 ZIVILGESELLSCHAFTLICHE AUFARBEITUNG DER BRASILIANISCHEN  DIKTATUR AM BEISPIEL DES BUNDESSTAATES PERNAMBUCO

Mit dem Abschlussbericht der Nationalen Wahrheitskommission hat der brasilianische Staat im Dezember 2014 erstmals umfassend Verantwortung für die massiven Menschenrechtsverletzungen übernommen, die während der Diktatur (1964–1985) begangen worden sind. Zuvor war es vor allem die Zivilgesellschaft, die historische Aufarbeitung und Erinnerungsarbeit leistete und sich für die juristische Verfolgung der Verantwortlichen einsetzte. Das offizielle Bekenntnis zur Wahrheit ist daher ein wichtiger, längst überfälliger Schritt für Brasilien.

Die lange Liste von Empfehlungen für notwendige staatliche Aufarbeitungs- und Demokratisierungsmaßnahmen und die Frustration und Hilflosigkeit der Kommission angesichts der verschlossenen Militärarchive zeigen jedoch, dass dies nur der Anfang gewesen sein kann. Die Arbeit der zivilgesellschaftlichen Öffentlichkeit ist heute wichtiger denn je, um die Erkenntnisse des Berichts in eine echte Chance zu verwandeln, aber auch um an die offenen Fragen zu erinnern und dafür zu kämpfen, dass die Wahrheit nicht länger Unterpfand der Täter bleibt.

«Es ist leicht zu sagen, dass wir im Namen der nationalen Versöhnung alles vergessen müssen, während es so viele Familien gibt, die ihre Kinder suchen, ohne zu wissen, ob sie am Leben sind oder wo sie sind, ob sie tot sind und auf welchen Friedhöfen sie liegen. Wir wollen keine Rache, sondern Gerechtigkeit.»
Rosalina Santa Cruz, deren Bruder Fernando 1974 verhaftet wurde und seitdem «verschwunden» ist.

National Truth Commission hands over final report to President Dilma Rousseff

National Truth Commission hands over final report to President Dilma Rousseff

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Paulo Moraes und ich diskutierten am 1.12. in Berlin über Erinnerung und Wahrheit in Pernambuco

In einer Abendveranstaltung am 01.12.2014 in der Heinrich-Böll-Stiftung (hier als Mitschnitt in deutscher und portugiesischer Sprache) berichteten Paulo Moraes und Sara Fremberg über die Aufarbeitung der Militärdiktatur in Pernambuco. Paulo Moraes, Exekutivsekretär im Sekretariat für Menschenrechte in Pernambuco, sprach über die Rolle der bundesstaatlichen Wahrheitskommission (Comissão Estadual da Memória e Verdade Dom Helder Câmara), die der Staat Pernambuco im Juni 2012 einrichtete.

Discussion "Memory and Truth in Pernambuco"

Text: Julia Ziesche, Projektmitarbeiterin Referat Lateinamerika, Heinrich-Böll-Stiftung
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Arrepiante! O discurso de Miguel Arraes pouco antes da ocupação do Palácio pelas Forças Armadas 1964

C: José Cruz/ABr, CC BY 3.0 BR

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Saindo do Palácio, Arraes deixou uma fita gravada com esse discurso, na expectativa de que ele fosse divulgada pelas estaões de radio. O jornalista Euricio Andrade consegiu pegar a fita más as emissoras de radio já se encontravam no controle dos golpistas. Continue reading

Gänsehaut! – Rede von Miguel Arraes, als der Regierungspalast von Pernambuco 1964 von der Armee umstellt ist

C: José Cruz/ABr, CC BY 3.0 BR

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Kurz vor seiner Verhaftung versteckte der damalige Gouverneur Peernambucos, Miguel Arraes, eine Kassette mit seiner letzten Ansprache im Regierungspalast. Zu einem Zeitpunkt, als die Armee das Gebäude bereits umstellt hatte.

Der Journalist Euricio Andrade sollte sie an die Hörfunkstationen weitergeben. Andrade gelang es zwar, die Kassette aus dem Palast zu schmuggeln, die Redaktionen wurden zu diesem Zeitpunkt jedoch bereits von den Militärs kontrolliert, so dass die Rede nie gesendet wurde. Continue reading

Erinnerungsarbeit auf dem Engenho Galiléia – “Wir müssen an diese dunkle Vergangenheit erinnern.”

Am Abend des 1. April 1964 gegen 18 Uhr fuhren mehrere Dutzend schwerbewaffneter Soldaten auf das Engenho Galiléia, eine ehemalige Zuckerrohrfarm im Westen Pernambucos. Sie trieben die ansässigen Bauernfamilien zusammen, verhörten sie und begannen, das 500 Hektar große Gelände zu durchkämmen. Die Militärs waren auf der Suche nach den Anführern der sogenannten ligas camponesas, Vereinigungen, die sich zu dieser Zeit für die Rechte von Bauern und Landarbeitern einsetzten. Die erste jener ligas war 1955 im Galiléia gegründet worden. Continue reading