Pela memória, verdade e justiça

 O trabalho de apuração da ditadura brasileira pela sociedade civil no exemplo do Estado de Pernambuco

Em dezembro de 2014, com a entrega do Relatório Final da Comissão Nacional da Verdade, o Governo Brasileiro assumiu pela primeira vez ampla responsabilidade pelas enormes violações dos direitos humanos que aconteceram durante a ditadura militar (1964—1985). Antes disso, a sociedade civil era quem principalmente trabalhava na apuração histórica e no trabalho de memória e se empenhava na execução jurídica dos responsáveis. Por isso, a admissão oficial da verdade é um passo importante, e já há muito esperado, para o Brasil.

No entanto, a longa lista de recomendações de medidas governamentais necessárias para a apuração da verdade e democratização e a frustração e a impotência da Comissão frente ao sigilo dos arquivos militares mostram que talvez esse processo esteja apenas começando. O trabalho da opinião pública hoje é mais importante que nunca, não apenas para transformar as descobertas do relatório em oportunidades genuínas, mas também para nos lembrarmos das questões em aberto e lutar para que a verdade não continue sendo mais uma garantia para os criminosos.

“É fácil dizer que devemos esquecer tudo em nome da conciliação nacional, enquanto existem tantas famílias que buscam seus filhos sem saber se estão vivos ou onde estão, se estão mortos e em quais cemitérios foram enterrados. Não queremos vingança, mas sim justiça.” Rosalina Santa Cruz, cujo irmão, Fernando, foi preso em 1974 e desde então está “desaparecido”.

National Truth Commission hands over final report to President Dilma Rousseff

National Truth Commission hands over final report to President Dilma Rousseff

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Gänsehaut! – Rede von Miguel Arraes, als der Regierungspalast von Pernambuco 1964 von der Armee umstellt ist

C: José Cruz/ABr, CC BY 3.0 BR

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Kurz vor seiner Verhaftung versteckte der damalige Gouverneur Peernambucos, Miguel Arraes, eine Kassette mit seiner letzten Ansprache im Regierungspalast. Zu einem Zeitpunkt, als die Armee das Gebäude bereits umstellt hatte.

Der Journalist Euricio Andrade sollte sie an die Hörfunkstationen weitergeben. Andrade gelang es zwar, die Kassette aus dem Palast zu schmuggeln, die Redaktionen wurden zu diesem Zeitpunkt jedoch bereits von den Militärs kontrolliert, so dass die Rede nie gesendet wurde. Continue reading