„Ich war 14 und befand mich im Krieg – mit Leuten, die mich töten wollten.“

Anfang 2016 wurde die Durchführung des pernambucanischen Schutzprogramms für Kinder und Jugendliche, die Todesdrohungen erhalten (PPCAAM) durch Menschenrechtsorganisationen überraschend und kurzfristig von den Behörden beendet und trotz massiver Kritik der Zivilgesellschaft an eine andere Institution übergeben. Wenige Monate später, in der Nacht vom 2.April 2016, wurde erstmals seit Bestehen  ein Schützling des Programms ermordet.

Im Sommer 2014 erhielt ich die einzigartige Gelegenheit, Mitarbeiterinnen des PPCAAM unter strengen Sicherheitsauflagen bei ihrer Arbeit zu begleiten. Wir besuchten aktuelle und ehemalige Betroffene, aber auch Pflegefamilien, die diese bei sich aufgenommen hatten. Die folgende Reportage zeigt ihre außergewöhnliche und engagierte Arbeit. Um die Identitäten einzelner Personen zu schützen, sind Namen und Orte im Text geändert.

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Adriano entered the the PPCAAM at the age of 17.

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Angriff auf die Zivilgesellschaft: Schutzprogramm für Kinder und Jugendliche in Pernambuco in Gefahr

Das Schutzprogramm für Kinder und Jugendliche, die mit dem Tod bedroht werden (PPCAAM) wurde in Pernambuco über viele Jahre von der Nichtregierungsorganisation Tortura Nunca Mais und im Jahr 2015 vom ebenfalls zivilgesellschaftlich organisierten Büro zur juristischen Beratung von Basisorganisationen (GAJOP) geplant und durchgeführt.

Wie Mitarbeiter des GAJOP berichteten, wurden sie am Morgen des 29. Dezember 2015 vom Sekretär für Justiz und Menschenrechte des Bundesstaates überraschend darüber informiert, dass die Organisation das Programm nicht weiter durchführen werde. Es wurde mit sofortiger Wirkung in die Hände des Bildungsinstituts für soziale Entwicklung (IEDES) übergeben. Erst kurz zuvor hatten die Behörden dem GAJOP das Mandat über das Schutzprogramm bereits für weitere neun Monate offiziell bestätigt. Die vereinbarte Verlängerung sollte zum 1. Januar 2016 in Kraft beginnen.

Deila Cavalcanti koordinierte das Programm bis 2015.

Deila Cavalcanti

 

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Um ataque contra a Sociedade Civil: Programa de Proteção a Crianças e Adolescentes em perigo

Durante o ano de 2015, o  Gabinete de Assessoria Jurídica às Organizações Populares (GAJOP) realizou a execução do Programa de Proteção a Crianças e Adolescentes Ameaçados de Morte de Pernambuco (PPCAAM-PE), cumprindo todas as fases de seu plano de trabalho e dando continuidade ao trabalho do mivimento Tortura Nunca Mais.

De acordo com a ONG, na manhã do dia 29/12/2015, o Secretário de Justiça e Direitos Humanos do Governo do Estado de Pernambuco surpreendeu a entidade com a notícia de que o GAJOP não iria dar continuidade a execução deste Programa de Proteção, mesmo com o termo aditivo já aprovado pela União e Estado, com início previsto para o dia 01/01/2016. O acordo passou às mãos do Instituto Ensinar de Desenvolvimento Social (IEDES).

Deila Cavalcanti coordinou o programa até o ano de 2015. Ao longo desse ultimo ano o programa já estava executado pelo GAJOP.

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Pela memória, verdade e justiça

 O trabalho de apuração da ditadura brasileira pela sociedade civil no exemplo do Estado de Pernambuco

Em dezembro de 2014, com a entrega do Relatório Final da Comissão Nacional da Verdade, o Governo Brasileiro assumiu pela primeira vez ampla responsabilidade pelas enormes violações dos direitos humanos que aconteceram durante a ditadura militar (1964—1985). Antes disso, a sociedade civil era quem principalmente trabalhava na apuração histórica e no trabalho de memória e se empenhava na execução jurídica dos responsáveis. Por isso, a admissão oficial da verdade é um passo importante, e já há muito esperado, para o Brasil.

No entanto, a longa lista de recomendações de medidas governamentais necessárias para a apuração da verdade e democratização e a frustração e a impotência da Comissão frente ao sigilo dos arquivos militares mostram que talvez esse processo esteja apenas começando. O trabalho da opinião pública hoje é mais importante que nunca, não apenas para transformar as descobertas do relatório em oportunidades genuínas, mas também para nos lembrarmos das questões em aberto e lutar para que a verdade não continue sendo mais uma garantia para os criminosos.

“É fácil dizer que devemos esquecer tudo em nome da conciliação nacional, enquanto existem tantas famílias que buscam seus filhos sem saber se estão vivos ou onde estão, se estão mortos e em quais cemitérios foram enterrados. Não queremos vingança, mas sim justiça.” Rosalina Santa Cruz, cujo irmão, Fernando, foi preso em 1974 e desde então está “desaparecido”.

National Truth Commission hands over final report to President Dilma Rousseff

National Truth Commission hands over final report to President Dilma Rousseff

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Für Erinnerung, Wahrheit und Gerechtigkeit

 ZIVILGESELLSCHAFTLICHE AUFARBEITUNG DER BRASILIANISCHEN  DIKTATUR AM BEISPIEL DES BUNDESSTAATES PERNAMBUCO

Mit dem Abschlussbericht der Nationalen Wahrheitskommission hat der brasilianische Staat im Dezember 2014 erstmals umfassend Verantwortung für die massiven Menschenrechtsverletzungen übernommen, die während der Diktatur (1964–1985) begangen worden sind. Zuvor war es vor allem die Zivilgesellschaft, die historische Aufarbeitung und Erinnerungsarbeit leistete und sich für die juristische Verfolgung der Verantwortlichen einsetzte. Das offizielle Bekenntnis zur Wahrheit ist daher ein wichtiger, längst überfälliger Schritt für Brasilien.

Die lange Liste von Empfehlungen für notwendige staatliche Aufarbeitungs- und Demokratisierungsmaßnahmen und die Frustration und Hilflosigkeit der Kommission angesichts der verschlossenen Militärarchive zeigen jedoch, dass dies nur der Anfang gewesen sein kann. Die Arbeit der zivilgesellschaftlichen Öffentlichkeit ist heute wichtiger denn je, um die Erkenntnisse des Berichts in eine echte Chance zu verwandeln, aber auch um an die offenen Fragen zu erinnern und dafür zu kämpfen, dass die Wahrheit nicht länger Unterpfand der Täter bleibt.

«Es ist leicht zu sagen, dass wir im Namen der nationalen Versöhnung alles vergessen müssen, während es so viele Familien gibt, die ihre Kinder suchen, ohne zu wissen, ob sie am Leben sind oder wo sie sind, ob sie tot sind und auf welchen Friedhöfen sie liegen. Wir wollen keine Rache, sondern Gerechtigkeit.»
Rosalina Santa Cruz, deren Bruder Fernando 1974 verhaftet wurde und seitdem «verschwunden» ist.

National Truth Commission hands over final report to President Dilma Rousseff

National Truth Commission hands over final report to President Dilma Rousseff

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